30 abril 2020

Como a placenta evoluiu de um vírus antigo

Centenas de milhões de anos atrás, vírus pré-históricos inseriram seus genes nos genomas de nossos ancestrais. 

Eles encontraram o caminho para óvulos ou espermatozoides e depois para embriões. Ao passarem de uma geração para a seguinte, eles pegaram mutações que desativavam sua capacidade de infectar novas células. 

Eventualmente, eles se tornaram parte permanentes de nossos genomas, tanto parte do nosso DNA quanto nossos próprios genes.

Hoje, esses “retrovírus endógenos” representam 8% do nosso genoma. São fósseis genéticos – remanescentes de nossos ancestrais virais e registros de epidemias passadas.

Retrovírus endógenos forneceram matéria-prima para a evolução, na forma de genes virais com os quais nossos ancestrais passaram para frente a cada geração.

Quando biólogos evolucionistas mapearam os genomas da placenta, descobriram que a proteína que permitia seu funcionamento, chamada sincitina, não parecia ser proveniente do DNA humano. 

Antes de continuarmos, a placenta é incrível. Tem que deixar oxigênio e nutrientes chegarem ao bebê e deixar sair dióxido de carbono e resíduos. 

Por exemplo, os medicamentos podem passar, os anticorpos protetores podem passar. Mas se a mãe e o bebê realmente se tocassem, ou se algum sangue passasse, o sistema imunológico da mãe mataria imediatamente o bebê.

Estima-se que a placenta que consideramos uma característica definidora de mamíferos vivos … primatas, roedores, cães, gatos etc, tenha evoluído entre 150 e 200 milhões de anos atrás. 

Antes disso, se você queria se reproduzir, tinha que pôr ovos.

Em uma análise mais profunda, os cientistas chegaram a conclusão que a proteína sincitina parecia mais com o HIV. Ou seja, veio de um retrovírus antigo, o mais famoso dos quais é o HIV. 

Os vírus são pequenas faixas de informações biológicas que não podem fazer nada por si mesmas. Então eles entram nas células e sequestram o maquinário da célula para fazer cópias de si mesmas, replicar e passar a infectar outras células. 

Os retrovírus levam isso para o próximo nível, porque são tiras de DNA que entram nas células e simplesmente vão em frente e se inserem no próprio DNA do hospedeiro. Agora, o hospedeiro fica preso com DNA viral pelo resto da vida e nunca pode parar de fazer o que o vírus deseja.

O que significa que nos defendemos de algumas infecções virais com os restos reutilizados de vírus antigos, como se fosse um upgrade tecnológico de nossos corpos.



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