19 maio 2008

TRATADO DAS CIÊNCIAS MALDITAS por Stanilas de Guaita

Stanilas de Guaita (Marques Marie Victor Stanilas de Guaita - 6 de abril de 1867 a 19 de dezembro de 1897), que dizem ter sido um dos discípulos preferidos de Eliphas Levi, escreveu o Tratado das CIências Malditas composto por três títulos, baseados na sequencia dos Arcanos Mainores do Taro. O terceiro trabalho, não chegou a ser terminado, Stanilas faleceu antes.
Sua abordagem entretanto, não significa que foi um mago negro, pelo contrário, foi fundador e Grande mestre da Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix. Conteporâneo de Papus, de Eliphas Levi e outros ocultistas daquela época.


A seguir transcrevemos o Plano do Tratado das Ciências Malditas:


Primeiro Setenário - O Templo de Satã



I - O DIABO
O Malabarista = A Unidade = O Princípio = O Objeto



II - O BRUXO
A Papisa = O Binário = As Faculdades


III - OBRAS DE BRUXARIA
A Imperatriz = O Ternário = O Verbo


IV - A JUSTIÇA DOS HOMENS
O Imperador = O Quaternário = A Base Cúbica = O Poder


V - O ARSENAL DO BRUXO
O Papa = O Quinquenário = A Vontade e seus instrumentos...


VI - OS AVATARES MODERNOS DO BRUXO
O Namorado = O Senário = Oposição = Reciprocidade = Produto = Meio Termo


VII - FLORES DO ABISMO
O Carro = O Setenário = Triunfo = Consumação = Plenitude = Riqueza = Supérfluo



Segundo Setenário - A Chave da Magia Negra



VIII - O EQUILÍBRIO E SEU AGENTE
A Justiça = Equilíbrio = Balança = Harmonia


IX - OS MISTÉRIOS DA SOLIDÃO
O Eremita = Isolamento = Poder sobre o Astral


vX - A RODA DO QUE VIRÁ
A Roda da Fortuna = Causalidade = Vida Coletiva = O que Virá

XI - A FORÇA DA VONTADE
Força = Energia = Seus meios de ação


XII - A ESCRAVIDÃO MÁGICA
O Enforcado = Sacrifício Voluntário = Interferência dos Planos
XIII - A MORTE E SEUS ARCANOS
A Morte = Desintegração = Despreendimento


XIV - A MAGIA DAS TRANSMUTAÇÕES
A Temperança = Mutações = Trocas = Combinações = Intercambios



Terceiro Setenário - O Problema do Mal



XV - ADÃO-EVA E A SERPENTE
O Diabo = Correntes Fatais do Instinto = Nahash o Tentador do Éden


XVI - A QUEDA
A Torre = Derrubada = Queda = Desepêro = A queda de Adão (involução)


XVII - A ENCARNAÇÃO DO VERBO
A Estrela = Idealismo = Resgate = Esperança = Redenção = Evolução


XVIII - TROMPAS DO INIMIGO
A Lua = Engano = Constição (Hereb) = Trompas da Viagem


XVIX - A FOGUEIRA DE HERAKLES
O Sol = Esplendor = Riqueza = Expansão (Jonah)


XX - RESSUREIÇÃO
O Juízo = Restituição = Volta = A Ressureição dos Mortos


XI - A GLÓRIA DA APOTEOSE
O Louco = Subversão = Desordem = Dissolução = O Suicídio do Mal
Vencido por suas próprias Armas = A Loucura do Amor


XX - O VERDADEIRO PANTEÍSMO
O Mundo = Sincretismo Universal = Satã Panta se desvanece em Deus



O MAL E O BEM


O Mal existe independentemente do Bem ? Ou é apenas o seu reflexo ? O mesmo podemos perguntar das Trevas, ausência de Luz.
Para que a Luz possa ser percebida é necessário a ausencia de luz...
Se Lúcifer é o Portador do Archote da Luz, o que significa o Diabo, Satã (o eterno daversário) ?
Stanilas baseou a sua metafísica através deste caminho, como podemos ver nos comentários que seguiram a sua morte:


"Vá direto ao fundo do mistério e nos conduza alí contigo para interpretarmo-lo.
Esta astúcia, agora permitida, e que tiveste cuidado, em tua primeira exposição dos feitos de falarmos sobre todo o perigo, em lugar de desejarmos seduzir pelo encanto do mistério.
Revestidos por tí com esta armadura protetora vamos atravessar seguindo-te a esta região perigosa do mundo médio, para chegar ao fim das esferas divinas, único fim verdadeiro desta exploração de tua obra. Assim é a Trindade. Serpente do Genesis onde tu guardas os feitos ocultos; "Chave da Magia Negra" onde os comenta; "O Problema do Mal" onde tu devias iluminá-los com tua luz divina, se a fatalidade da morte não tivera te arrebatado tão cedo de nossa admiração crescente."
Bartlet - na publicação L'Iniciation - janeiro de 1898 - pags. 9 e 10."No terceiro volume da Serpente do Genesis Guaita se reservara ao dever de sondar as profundidades deslumbrantes do primeiro Ternário, mas a Previdencia não quiz que tais luzes chegassem até nós; respeitemos a obscuridade misteriosa de teus desígnios..."
Sedir - L'Iniciation - janeiro de 1898 - pag 43.


Guaita baseia sua obra no livro do Genese "que os doutores entendem num espírito material e antropomórfico verdadeiramente revoltante, o Genesis "onde a verdade científica está oculta, assustadora na sua altura e profundidade" (Fabre d'Olivet - Mission des Juifs) vai fornecer o texto de um estudo que se extenderá por três livros suscessivos: porque desenvolveremos os dois sentidos ocultos deste texto, após haver exposto o sentido demótico e vulgar.


Como exemplo tomemos o texto hebraico do Sepher Bereshit ou Genesis, III, 1; a tradição oficial sé fornece o significado literal e a casca material: "Ora a serpente era mais sagaz que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito" (como lemos na Bíblia). Fabre d'Olivet (Cain, Paris 1823, pag 27 e Language Hebraique Restituée - Paris 1815-1816, 2 vol, tomo II, pag 95) deixando filtrar o espírito límpido através da espessura confusa da letra, traduz assim: "Ora, a sedução original (a cobiça e o egoísmo) era a paixão dominante de toda vida elementar (a mola interior) da natureza, obra de Ihôah, o ser dos seres".


O Genesis trata da Criação do Mundo e do decaimento do Homem, desde o paraízo (Jardim do Éden) onde viviam Adão e Eva...
"Uma única árvore foi proibida à curiosidade deles, e quatro rios, que nascem em suas raízes formando uma cruz ao longe e dividen o Éden em um número igual de penínsulas, rivais em graça e abundância. E o Senhor disse ao Homem: - É aqui a árvore do conhecimento do bem e do mal; seus frutos dão a morte, tú não tocarás neles."
..."A serpente dirigiu-se a mulher: - Eloim te enganou, este fruto não dá a morte, muito ao contrário, torna semelhante a Deus o audacioso que a provou...".


..."- Adão onde estás ?
- Senhor, ouvi tua voz no jardim e porque estava nu, tive medo e me escondi.
- E quem te fez saber que estavas nu ? Comeste do fruto ?
- A mulher que me deste por companheira, ela me deu o fruto da árvore e eu comi...
- Porque agiste assim, mulher ?
- A serpente me enganou e eu comi.
- Visto que isso fizeste, ó serpente - disse o Senhor - maldita és entre todos os animais da criação! Rastejarás sobre teu ventre e te alimentarás das imundíces do solo.
E porei inimizade entre tí e a mulher, entre sua descendência e a tua... e de seu sangue nascerá uma virgem que te ferirá a cabeça, enquanto tentarás em vão mordê-la no calcanhar.
Depois dirigindo-se a mulher:
- Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio a dores darás a luz a teus filhos, o teu desejo será para o teu marido e ele te governará.
- Quanto a tí - diz ainda o Senhor ao homem - visto que atendeste à voz da mulher e comeste o fruto da árvore que te ordenei não comer: maldita é a terra por tua causa será estéril e rebelde. Tua vida será um trabalho incessante; comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até o dia em que a morte irá devolver o teu corpo ao pó de onde saiu.


"Eis portanto, em substância, com pequenas variantes, a fábula mosaica do pecado original. Isto é, na versão mais material e velada, assim como apresentam os tradutores ingênuos ou que fingiam sê-lo.


"Indaguemos agora quem pode ter sido a serpente mística e temível, cuja perfídia seduziu Eva e depois Adão... E segundo os diversos sentidos dessa alegoria, indicaremos as divisões de nossa obra. (Stanilas de Guaita - Introdução de "O Templo de Satã" Paris 1891)
Quem é a serpente ?
No sentido vulgar aparente, não temos dificuldade em adivinhar: é o espírito do mal disfarçado em réptil; é o eterno adversário, o diabo, em hebraico Satan.
No primeiro sentido esotérico é a luz astral, esse fluido implacável que governa os instintos; é o dispensador universal da vida elementar, agente fatal do nascimento e da morte; cortina do invisível, atrás da qual escondem-se as diversas hierarquias de poderes às quais ele serve ao mesmo tempo de véu e de veículo. Este ser hiperfísico - inconsciente, logo, irresponsável - domina o feiticeiro como o dono da casa, e obedece ao mago como um criado. Devemos dominá-lo a qualquer preço, para não nos tornarmos joguete das grandes correntes que se movem nele, segundo leis invariáveis.


No sentido superior a serpente simboliza o egoismo primordial, essa atração misteriosa do sí para sí mesmo, que é o princípio propriamente dito da divisibilidade: essa força que, ao solicitar a todos os seres que se afastem da unidade original, para que se tornem centros e se comprazerem no ego, provocou a queda de Adão.


A passagem citada no Genesis, nos conduz ao problema do mal: devemos ver alí a lenda da queda humana, tanto coletiva quanto individual, a que se segue, como complemento necessário, a grande epopéia da redenção."


Stanilas se propos a revelar todos os mistérios em sua trilogia, infelizmente não concluida...


..."Iremos mais longe do que já ousaram outros adeptos, até esse limite derradeiro, tão assustador de transpor, onde está o querubim emblemático, com a espada de fogo na mão, ameaçando de cegueira os contempladores temerários do mais cegante dos sóis.
O que é o mal ? Deus o criou ? Qual é a origem do mal, uma vêz que não possui positivamente um princípio ? O que é, no sentido verdadeiro, a queda do Éden ? Como era o grande Adão antes da queda ? Como se tornou depois ? Em que sentido o mistério da criação identifica-se aos da queda e da encarnação ? Em que sentido o mistério da redenção é complementar aos dois últimos ? O que é redentor ? O Cristo Doloroso ? o Cristo Glorioso ? Como são analisadas cabalísticamente as cinco letras (Iod-He-Shin-Vau-He) do nome de Jesus ? A que se resume, do ponto de vista esotérico, o problema social ? Como a unidade inacessível se revela pelo ternário no mundo inteligível e se manifesta pelo quaternário no mundo sensível ? Onde termina a evolução ?..."




8 - CONVERSAS COM O DIABO - Ouspensky


Vejamos agora a concepção de Ouspensky, em seu livro "Conversas com o Diabo", que aliás ganhei de uma grande amiga de nossa família, já falecida, por ocasião do meu aniversário em 1984, mas que só li realmente este ano, ou seja dez anos depois...


"... Naquele livro antigo, está escrita a história de Adão e Eva. Ora bem, esta história não está certa, e a enganosa teoria sobre a origem do homem confunde todas as suas idéias subsequentes a respeito dele. Quanto à nova teoria da origem do homem a partir do protoplasma, é muito interessante.... Tentarei explicar o que realmente aconteceu:"


Prossegue o Diabo:
... Adão e Eva são os nomes dos descendentes do Grande Ser. É o que dizem... havia um Grande Ser chamado o Portador da Luz, que lutou e que brigou, não com o céu, mas com a terra, com a matéria, ou com a falsidade, e a dominou. Só muito depois, ao que dizem, ele brigou com o céu...Ele subiu muito, mas dizem que no fim teve as mesmas dúvidas quanto à verdade, e, por um momento, acreditou na mesma falsidade contra a qual vinha lutando. Isso provocou sua queda e ele partiu-se em mil pedaços. Foi de seus descendentes que vieram Adão e Eva...


Veja, conto esta história com a melhor boa vontade do mundo, e ela chega às fronteiras de assuntos que não compreendo. E aquilo que não compreendo não existe! É muito desagradável falar do que se encontra à beira de algum vácuo, além do qual nada existe.


Pois bem, Adão e Eva não viviam no paraíso, viviam na terra, ou melhor eles apenas brincavam de viver na terra, pois apenas uma pequena parte deles estava na terra mesmo, nove décimos do seu ser viviam naquele vazio que tanto detestamos e que é hostil à vida.
Chamam este vazio de mundo do milagroso. Na minha opinião eles não eram pessoas normais, tinham alucinações visuais e auditivas; veja a afirmação de que viam Deus e falavam com Ele.


O Diabo, neste ponto tremeu e enrolou-se em sua capa, mas continuou: É claro que não acredito em Deus. Mesmo assim transmito a lenda de que ele existe, aliás a parte de nossa rebelião contra Ele foi inventada por nós mesmos ...


Mas voltando a Adão e Eva, eles não eram homens inocentes inicialmente, eram como deuses e sabiam o que era o bem e o mal.
Para nós isso era muito desagradável e assustador. Era como se eles fossem mais fortes do que nós. É claro que tudo isto era fantasia, mas para eles estávamos no mesmo nível dos animais.


Também devo dizer que não estavam sozinhos na terra. A terra era habitada por outra raça, os decendentes dos animais. Mas o seu livro (a Bíblia) nada fala a respeito dessa outra raça, que era completamente dominada por nós.


Mas o que queríamos mesmo era dominar Adão e Eva, sua presença nos constrangia. Davam a impressão de que a qualquer momento poderia fazer desaparecer todo o mundo. Diziam que nada existia e que tudo era apenas um sonho,e que era possível acordar e não encontrar mais nada.


Assim a luta começou. Tinhamos que livrá-los daquelas fantasias e convencê-los de que o mundo realmente existe, que a vida não é uma bricadeira, mas uma coisa muito séria, difícil e perturbadora mesmo, e que as idéias do bem e do mal são apenas relativas, sem permanência.


Queríamos expulsá-los daquele paraíso que nos enojava. Eram conversas constantes sobre Deus, amor eterno e muitos beijos. Diziam que o amor era a sua força principal e uma mágica poderosa; que através dele ressucitariam o Grande Ser, e assim restaurariam o mundo perdido.


Quando entregavam-se ao sentimento puro do amor, ou concentravam-se em determinada coisa ou sentimento, chegavam mesmo a desaparecer de nossas vistas, ficávamos mesmo confusos sem saber o que acontecia com eles.


Além disso eles não tinham a menor consciência de seus corpos, andavam nús, não se cobriam, negavam a matéria e mesmo assim admiravam sua beleza.


Só havia uma maneira de fazer Adão e Eva melhorarem: introduzir sofrimento em suas vidas e obrigá-los a acreditar na realidade da matéria.


Mas como ? Pensamos nisso durante muito tempo. Finalmente um de nós teve uma idéia, baseado num dos hábitos dos descendentes dos animais. Eles comiam todos os dias o frutos de uma determinada árvore, em grandes quantidades.
Tinham uma lenda, que no passado, um deus distante havia descido à terra e lhes ensinara a comer do fruto daquela árvore. Assim eles comiam sempre a fruta e chegavam mesmo a estocá-la em grande quantidades. Chegamos então à conclusão de que se pudéssemos fazer com que Adão e Eva comessem desta fruta, talvêz pudéssemos fazê-los entender o nosso senso comum.


Assim um de nós procurou Eva e lhe ofereceu do fruto. Como só podiamos aparecer na forma de animais, nosso amigo tomou a forma de uma serpente. Assim Adão e Eva começaram a apreciar esta nova atração. Com o tempo passaram a buscar o fruto diretamente nas árvores, como os filhos dos animais, e a começaram a comer mais do que o necessário.


vVeja, aquele seu livro antigo, diz que Adão e Eva não tinham autorização para comer do fruto daquela árvore, isto não é verdade, eles podiam comer do fruto de qualquer árvore.



Certo dia Eva notou que estava engordando, e isso a aborreceu muito...
Uma pequena causa às vezes tem grandes efeitos, e bastou que Adão e Eva, no caso da fruta, admitissem a realidade da matéria para que a realidade se inflitrasse neles em todas as direções.
Adão e Eva logo compreenderam que lhes faltavam muitas coisas de que precisavam, e foram aos poucos perdendo os seus nove décimos de dimensão imaterial e mergulhando no universo material, com a nossa ajuda é claro....
Aos poucos foram perdendo o seu amor, e a magia que dele provinha, agora o sol queimava-os, a chuva os encharcava, os trovões lhes davam medo, o vento fazia-os sentir frio e assim por diante... "


Assim Ouspensky resume magistralmente a função do Diabo, manter-nos ligados ao mundo material. Evitar que possamos encontrar nossas outras dimensões, de mergulharmos no amor e nos unirmos uns aos outros com esta finalidade.


Complementando este trabalho, resumimos agora do mesmo trabalho, o conto "O Diabo Bondoso" do livro "Conversas com o Diabo" de Ouspensky, a parte em que Leslie White ouve de seu amigo indiano que morava no Ceilão, um relato sobre a Ioga:


"A ioga é precisamente a sujeição da vida ao jugo das idéias. A palavra "yoga", que vem do sânscrito, quer dizer unir...


Aquele que compreende fala de outras coisas, da vida interior e não da exterior. O caminho certo é acabar com o conflito entre a vida das idéias e a vida quotidiana. Para isso é necessário conhecer a sí mesmo. Saber a cada momento o que se está fazendo e porque. Só então seremos senhores das coisas e não seus escravos. Em geral satifazemos nossos desejos, antes de pensar se são necessários a nossos objetivos superiores.


Procure viver de maneira a manter-se vigilante quanto às suas ações e não fazer nada que não sirva aos propósitos mais elevados. Ou, em outras palavras, aprenda a fazer tudo de modo a servir a um propósito superior.


Isto é possível. Se alguma coisa for particularmente difícil, considere-a como um exercício. Lembre-se que tudo que é difícil de ser feito tem o objetivo de sujeitar-nos ao espírito. Assim, tudo se tornará mais fácil e terá um significado. Mas, não importa o que estejamos fazendo, é de importância vital perguntar, antes de cada pensamento, de cada palavra, de cada ato: Porque faço isso ? É necessário ? E então, imperceptívelmente, muitas de nossas ações e atos deixarão de ser desnecessários, e passarão a servir a fins superiores.
O conflito interno em nossa vida, então começará a desaparecer e será substituido pela harmonia. Aprenda então a repousar: isto talvêz é o mais importante. Aprenda a não pensar, a controlar seus pensamentos. Pergunte-se com frequencia, se é necessário pensar no que está pensando, ou se seria melhor pensar sobre outra coisa, ou melhor ainda não pensar em nada ?
Isto é o mais difícil, mas é essêncial. Aprenda a pensar e não pensar. Saiba coma parar os pensamentos. Seja capaz de criar um silêncio interior. Chegará o momento em que ouvirá a voz do silêncio. Esta é a primeira e mais importante ioga.
Quando ocorrer, quando começar a ouvir a voz do silêncio, então novas forças e capacidades começrão a aparecer.


A princípio serão vagas e imprecisas; mais tarde, porém, tornar-se-ão tão obedientes à sua vontade quanto o olhar, a audição e o tato.


Mas tudo deve ser aceito calmamente, sem pressa, sem forçar a atenção sobre o progresso interior - a atenção pode impedir o desenvolvimento de novas capacidades.


Então será necessário aprender a ver cada objeto como um todo. Compreende o que isto significa ? Normalmente vemos apenas as partes de uma coisa; seja apenas o começo sem qualquer continuação e o fim; ou o meio, ou o fim. Procure ver sempre tudo como um todo. Para chegar a este ponto, comece a pensar em tudo ao inverso; não tome o princípio sem o fim.


E começará então a ver muito mais das coisas que vê hoje.
Clarividencia é ver cada vêz de uma perspectiva mais alta, mais abrangente, aos poucos nos apercebemos de muito mais.


Para alcançar estas capacidades, em primeiro lugar é preciso que nos tornemos senhores daquilo que já possuimos: nós mesmos. Para isso podemos nos indagar, a cada hora, o que fizemos durante esta hora ? Os iogues fazem isto a todo instante. A prática constante é necessária e imprescindível para adquirir auto-controle.


E quando sua alma começar se habituar com esta nova ordem de idéias, a este novo plano de vida, então quando realizares alguma coisa, juntamente com o florescimento dos novos poderes na sua alma, começará a observar que não está sozinho em seu caminho.
Na noite escura, por toda parte, na estrada, começará a ver luzes, e compreenderá que são os viajantes que caminham na mesma direção, para o mesmo templo, para a mesma festa...


O que devo fazer para seguir este caminho ? Perguntou.
Comece observando a sí mesmo. Tente limitar-se, mesmo que seja apenas uma questão de eliminar coisas de que não precisa, mas que consomem a maior parte do seu tempo e da sua energia. Procure compreender que está muito distante do objetivo, mas que este é possível de ser alcançado, acredite nisto, e em pouco tempo, à distância, começará a vislumbrar o caminho

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