11 agosto 2010

Teseu e o fio de Ariadne


Image and video hosting by TinyPic"Segundo a mitologia grega um jovem herói ateniense chamado Teseu, ao saber que sua cidade deveria pagar a Creta um tributo anual composto de sete rapazes e sete moças a serem entregues ao insaciável Minotauro que se alimentava de carne humana, solicitou ser incluído dentre eles. O Minotauro vivia em um labirinto, constituído de salas e passagens intrincadas do palácio de Knossos, cuja construção é atribuída ao arquiteto Dédalo.



Ao chegar em Creta, Teseu conheceu Ariadne, a filha do rei, que se apaixonou por ele. Ariadne, resolvida a salvar Teseu, pediu a Dédalo a planta do palácio. Ela acreditava que Teseu poderia matar o Minotauro, mas não saberia sair do labirinto.


Ariadne deu um novelo a Teseu recomendando que o desenrolasse à medida que entrasse no labirinto, onde o Minotauro vivia encerrado, para encontrar a saída. Teseu usou essa estratégia, matou o Minotauro e, com a ajuda do fio de Ariadne, encontrou o caminho de volta".


Na fotografia, capturada em 14 de maio de 2010, vemos o ônibus espacial Atlantis em sua última viagem rumo ao espaço. A trilha que deixa desde o solo lembra o fio de Ariadne, ligando a Terra às grandes altitudes, em um tênue rastro de produtos de combustão que todavia logo irá se desfazer ao vento. Os herois que sobem ao vácuo do espaço devem encontrar seu próprio caminho de volta.


Mas há ainda outra interpretação no mito do fio de Ariadne e a exploração espacial: estamos em verdade dentro do labirinto do Minotauro, lutando e sacrificando milhões de jovens e moças em conflitos estúpidos e ultimamente fúteis nos meandros deste único planeta. Um Pálido Ponto Azul, como dizia Carl Sagan, um grão de poeira suspenso em um raio de Sol, um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica.


E, no entanto, jamais saímos dele. O mais longe a que enviamos herois foi a nossa própria Lua. Estamos presos em um labirinto e somos nossos próprios monstros, quando há um Universo infinito de possibilidades e conquistas aguardando para ser explorado.


Os fios de Ariadne que criamos com nossas naves espaciais indicam não o caminho de volta à Terra, mas o de destino ao Universo sem fim.


Reprodução do site: Sciencecblogs


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