17 setembro 2017

1946: Foguetes fantasmas sobre a Escandinávia

Quase um ano após dos casos dos foo-fighters (aviões fantasmas), uma segunda onda ufológica teve início, dessa vez sobre a Escandinávia.

Na noite de 9 de junho de 1946, uma brilhante luz cruzou os céus da cidade de Helsink, capital da Finlândia, deixando um rastro de fumaça e emitindo um som parecido com um trovão; o seu rastro luminoso persistiu por mais de 10 minutos. Se isso não tivesse se repetido nas noites seguintes todos diriam que tinha sido um meteoro. No segundo avistamento, segundo os jornais, o objeto veio e voltou na mesma direção.

No dia 12 de junho, o Departamento de Defesa Sueco pediu para que os militares reportassem os seus avistamentos aos órgão oficias, admitindo que eles sabiam dos acontecimentos desde maio daquele ano. Só no dia 9 de julho mais de 200 relatos foram feitos sobre descrevendo objetos tubulares voando baixo e emitindo pouco barulho no máximo.

Uma semana depois da criação de um comitê especial para os “foguetes fantasmas” pelo governo sueco, o Secretário da Marinha americana, James Forrestal, viajou para Estocolmo para se encontrar com o Ministro da Defesa da Suécia. Segundo um memorando secreto do FBI de 19 de agosto de 197, “o alto escalão do Departamento de Guerra exerceu enorme pressão sobre a agencia de inteligência da força aérea para conduzir uma pesquisa e coletar informações na tentativa de desvendar o mistério.

No dia 11 de agosto de 1946, mais de 300 relatos sobre estranhos avistamentos foram feitos somente na área de Estocolmo. No dia 20 de agosto, o general Jimmy Doolittle (que estava em Estocolmo por conta da empresa Shell) encontrou-se com o comandante da Força Aérea Sueca. Isso levou a uma grande especulação por parte dos jornais da Suécia, como também o The New Yprk Times”, de que os “foguetes fantasmas” fossem a razão encontro. Nos anos 80, entretanto, numa entrevista para ufólogos, o general Dolittle negou que a sua viagem tinha sido por causa dos misteriosos objetos voadores não identificados, mas que o assunto veio à tona naturalmente.

Mas logo depois os jornais suecos começaram a censurar a maioria dos relatos sobre os foguetes. Todavia, os objetos começaram a aparecer em outros países escandinavos. Conforme um relatório da inteligência do Ministério da Aeronáutica inglês de setembro de 1946:

“Um grande número de observações visuais tem sido relatados na Escandinávia. Os melhores vem da Noruega. Uma análise dos objetos sugere: a) eles tem uma grande velocidade; b) uma luz intensa freqüentemente associada aos foguetes; c) inexistência de som; d) vôo aparentemente horizontal…

Desse modo, se o fenômeno agora observado é de origem natural, eles não são comuns; suficientemente incomuns para fazer possível a explicação alternativa de que pelo menos alguns são mísseis. Então, eles devem de origem russa”.

Houve um grande esforço por parte do governo sueco para culpar a Rússia por estarem lançando foguetes alemães e causando os avistamentos. Os soviéticos tinham ocupado Peenemünde, a área secreta de testes alemães no Mar Báltico, onde os foguetes V-1 e V-2 foram desenvolvidos. Anos depois soube-se que o equipamento capturado foi imediatamente levado para a Polônia. Não houveram testes soviéticos em Peenemünde, e assim a explicação “oficial” para os “foguetes fantasmas” mostrou-se impossível.

Quando os relatos na Escandinávia começaram a desaparecer da mídia em setembro de 1946, eles foram aparecer de forma similar na Hungria, Grécia, Marrocos e Portugal. Em 1984, quando o governo sueco finalmente abriu seus arquivos, os ufólogos descobriram que mais de 1.500 relatos tinham sido coletados desde 1946. Uma das únicas reações oficiais americanas sobre os “foguetes fantasmas” ocorreu em 9 de janeiro de 1947 no documento secreto do Departamento de Inteligência. O resumo de 4 páginas sobre os incidentes relacionados os estranhos objetos sugerem que alguns dos avistamentos deviam ter sido testes de mísseis soviéticos ou aviões (embora seja sabido que nenhum avião tivesse estado na Escandinávia naquele tempo).

Um avistamento, detalhado num relatório do FBI citado na página 50, sugere que isso poderia ser algo mais:

“No dia 14 de agosto de 1946, às 10:00 (um piloto da Força Aérea sueca) estava voando a 200 metros de altitude sobre o centro do país quando viu um objeto cilíndrico escuro a 15 metros acima dele e 2 quilômetros de distância viajando a cerca de 650 km/h. O míssil não tinha asas visíveis, leme ou outra parte conhecida; e não havia sinais de turbinas ou motores.

O míssil se manteve a uma altitude constante. Esse relato coloca em dúvida a confiabilidade de todo o relatório, porque como se sabe um míssil sem asas não consegue manter uma altitude constante sobre a terra”.

Muitos anos depois, sofisticados mísseis cruzadores, com pequenas asas invisíveis à distância, conseguiram voar rentes ao solo. Em 1946 isso estava muito distante.

Talvez o enigmático mistério dos “foguetes fantasmas” tenha sido expressado da melhor maneira pelo engenheiro aéreo Eric Malmberg, ex-secretário do Comitê de Defesa da Suécia sobre o assunto, entrevistado anos depois:

“Eu gostaria de dizer que todos no comitê, assim como o seu próprio diretor, tem certeza de que os fenômenos observados não são de origem soviética. Nada indica isso.

Por outro lado, se essas observações estão corretas, vários detalhes sugerem que eles sejam uma espécie de mísseis cruzadores disparados contra a Suécia. Mas ninguém tinha esse tipo de tecnologia naquele tempo”.



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