A técnica de massagem da Shantala é milenar e veio da Índia para o Ocidente na década de 1960 trazida pelo obstetra Frédérick Leboyer, criador do famoso método "Nascer Sorrindo", que reduz o risco de sofrimento do bebê na hora do parto.
Na Shantala, a mãe massageia seu bebê, fazendo carícias com pressões bem leves. Os princípios básicos são: concentração, firmeza, constância, lentidão e ritmo. O toque precisa ser consistente para atingir as camadas mais profundas da pele.
Claro que não é para pegar pesado com os pequeninos. A reação deles é que deve guiar suas mãos.
Se o bebê não estiver gostando, a mãe deve mudar o estímulo. Em geral, a criança aceita o toque, mas algumas ficam agitadas e choram. Se após algumas tentativas ela não se tranqüilizar, é melhor tentar em um outro dia.
A massagem é permitida depois que o umbigo do bebê cai, mas geralmente as mães só se sentem seguras para manipular o filho perto do segundo mês de vida; não se deve esperar demais, pois os maiores de sete meses se mexem muito e isso atrapalha. No entanto, se a criança for acostumada ao toque desde cedo, poderá aproveitar a massagem por vários anos.
O médico Frédéric Leboyer fez um estudo a respeito da Shantala e constatou vários benefícios que ela traz ao nenê. As crianças crescem mais e começam a sentir o próprio corpo em toda a sua extensão. Os músculos são relaxados e requisitados de uma maneira mais efetiva. São mais sadias e calmas, alimentam-se bem, seu sistema imunológico funciona perfeitamente e, desde pequenas, sabem se relacionar com as pessoas.
Psicologicamente há uma grande aproximação entre mãe e filho.
Para a mãe que trabalha fora de casa, os momentos da massagem ajudam a estabelecer um momento absoluto dela e do bebê, as mães referem que compreendem bem os menores gestos da criança e parece até que o entendimento ocorre só pelo olhar.
Atualmente, um grupo da Universidade Federal de São Paulo busca comprovar que a massagem reduz o estresse dos pequerruchos. No mínimo, o sono melhora, como mostrou o estudo feito no ano de 2004 com nove crianças.
"Mais relaxadas, elas dormem profundamente".
Um artigo inglês publicado neste ano no periódico científico Paediatric Nursing confirma que os toques sistemáticos são relaxantes, aliviam cólicas e ajudam no desenvolvimento motor e psicológico da criança. Mas há outro benefício ainda mais surpreendente: fortalecem o sistema auto-imune.
Um toque bem feito reduz a quantidade de um hormônio chamado cortisol. Segundo a cientista americana Tiffany Field, do Instituto de Pesquisa sobre Toque, em Miami, a redução do cortisol permite que as células de defesa sobrevivam, em especial as células natural killers, capazes de combater vírus e até câncer.
Há até mesmo estudos com prematuros mostrando que a massagem estimula o ganho de peso, além de diminuir o tempo de hospitalização; e nem precisa ser uma técnica específica, qualquer pressão moderada com as mãos faz bem.
Os toques de shiatsu, espécie de acupuntura com as mãos, dos quais já falamos em artigos anteriores, também podem ser feitos em bebês. Os movimentos são bem mais suaves que os aplicados em adultos.
Os próprios pais podem fazer shiatsu na criança, desde que aprendam a técnica com um especialista experiente. Esse tipo de massagem estimula diversos pontos do corpo, sobretudo a cabeça, a coluna e o abdômen. Uma dica para deixar seu bebê mais tranqüilo é pressionar levemente a sola dos pés com a ponta dos dedos.
Vale a pena reservar uma horinha para estreitar o vínculo com o seu filho, pois massageando o corpo todo dele você estabelece um momento para aprimorar o afeto em família.
Lílian Beatriz Salles é fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, terapeuta da mão, hidroterapeuta, gerontóloga e atende na Clifito.
28 outubro 2008
Shantala
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