04 setembro 2008

GNOSE: CONCEITO E ORIGEM

"Os princípios básicos da Grande Sabedoria Universal são sempre idênticos. Tanto Buda como Hermes Trismegisto, Quetzalcoatl ou Jesus de Nazaré, o Grande Kabir, etc., entregam uma mensagem; cada uma destas mensagens do Alto, em si mesma, contém os mesmos princípios cósmicos de tipo completamente impessoal e universal.


O corpo de doutrina que estamos entregando agora é revolucionário no sentido mais completo da palavra, mas contém os mesmos princípios que o Buda ensinou em segredo a seus discípulos ou os que o Grande Kabir Jesus entregou, também em segredo, a seus discípulos. É o mesmo corpo de doutrina, só que agora está sendo entregue de forma revolucionária de acordo com a nova Era de Aquário." (Samael Aun Weor: "Diálogo entre Mestre e discípulos")


Saber quem é, de onde vem e para onde vai tem sido sempre uma aspiração fundamental do homem. A Gnose responde a esta necessidade primordial.


Cinzelado na pedra viva, no frontispício do Templo de Delfos, reza um antigo adágio: "HOMO NOSCE TE IPSUM"... (Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses).


Desde os tempos mais remotos, o homem sempre buscou desenvolver suas possibilidades, conhecer-se a si mesmo e conhecer seu destino material e espiritual.


Está escrito que "A glória de Deus consiste em esconder seus mistérios e a do homem em descobri-los".


Encontrar por si mesmo a solução exata para todos os arcanos da Natureza não pode ser nunca, portanto, uma heresia ou um desatino, sendo sim este o mais digno e exaltado direito que possui toda criatura humana.


Chegou a hora de autoexplorar-nos para conhecer-nos realmente. Viver por viver, sem saber nada sobre nós mesmos, sem saber quem somos nem de onde viemos, nem para que existimos, realmente não vale a pena.


Necessitamos encontrar a resposta para todas essas interrogações e para isso, amigo investigador, nasceram os estudos gnósticos.


É bom saber que, etimologicamente, o vocábulo Gnosis provém do grego e significa CONHECIMENTO; contudo, é evidente que não se trata de um conhecimento comum. GNOSE se refere a uma Sabedoria superior, transcendental para o ser humano.


Esse saber universal e atemporal do qual emanou a enorme similitude teológica, filosófica, artística e simbólica das grandes civilizações do passado, é testemunho de haverem bebido todas na mesma fonte original.


A "Jana", "Yana", "Gnana" ou "Gnosis" é a ciência de Jano, ou seja, a ciência do Conhecimento Iniciático, a ciência de Enoichion, ou do Vidente.


A palavra "jina", da qual vem o termo "Gnosis", não é senão a castelhanização de tal palavra; sua verdadeira escrita deriva do Parsi e do Árabe, e não é "jina" mas "djin" ou "djinn", e assim a vemos empregada por muitos autores.


Assim, é evidente que nenhuma pessoa culta cairia hoje, como antigamente, no erro simplista de fazer surgir as correntes gnósticas de alguma latitude espiritual exclusiva.


Se é certo que devemos ter em conta em qualquer sistema gnóstico seus elementos helenísticos e orientais, incluindo Pérsia, Mesopotâmia, Síria, Índia, Tibete, Palestina, Egito, etc., nunca deveríamos esquecer os princípios gnósticos perceptíveis nos sublimes cultos dos Nahuas, Toltecas, Astecas, Zapotecas, Maias, Incas, Chibchas, Quíchuas etc., da América índia.


Portanto, resulta caduco pensar na Gnose como uma simples corrente metafísica introduzida no seio do Cristianismo. A Gnose constitui uma ATITUDE EXISTENCIAL com características próprias, enraizada na mais antiga, elevada e refinada aspiração esotérica de todos os povos, cuja história, lamentavelmente, não é bem conhecida pelos antropólogos modernos.


Falando muito francamente e sem rodeios, diremos: "A Gnose é uma atividade muito natural da consciência; uma 'PHILOSOPHIA PERENNIS ET UNIVERSALIS".


Inquestionavelmente, Gnose é o conhecimento iluminado dos Mistérios Divinos, reservado a uma elite.


A palavra "Gnosticismo" encerra, em sua estrutura gramatical, a idéia de sistemas ou correntes dedicadas ao estudo da Gnose.


Este Gnosticismo implica uma série coerente, clara, precisa, de elementos fundamentais, verificáveis mediante a experiência mística direta: "A Maldição desde um ponto de vista científico e filosófico"; "O Adão e Eva da Gênese Hebraica"; "O Pecado Original e a saída do Paraíso"; "O Mistério de Lúcifer-Nahuatl"; a "Morte do Mim Mesmo"; "Os Poderes Criadores"; "A Essência do SALVATOR SALVANDUS"; "Os Mistérios Sexuais"; "O Cristo Íntimo"; "A Serpente Ígnea de Nossos Mágicos Poderes"; "A Descida aos Infernos"; "O Regresso ao Éden"; "O Dom de Lúcifer".


Só as doutrinas gnósticas que impliquem os fundamentos ontológicos, teológicos e antropológicos acima citados formam parte do Gnosticismo autêntico.


Pré-Gnóstico é aquilo que, de forma concreta, evidente e específica, apresenta alguma característica de certa maneira detectável nos sistemas Gnósticos, mas sendo esse aspecto integrado em uma concepção "in toto" alheia ao Gnosticismo revolucionário - um pensamento que certamente não é e entretanto é Gnóstico.


Protognóstico é todo sistema gnóstico em estado incipiente e germinal; movimentos dirigidos por uma atitude muito similar à que caracteriza as correntes gnósticas definidas.


O adjetivo "gnóstico" pode e até deve ser aplicado inteligentemente tanto a concepções que de uma ou outra forma se relacionem com a Gnose como ao Gnosticismo.


O termo "gnostizante", inquestionavelmente, se encontra muito próximo a "pré-gnóstico" em sua significação, já que o vocábulo, em realidade, "stricto sensu", se relaciona com aspectos intrínsecos que possuem certa similaridade com o Gnosticismo Universal, mas integrados em uma corrente não definida como Gnose.


Estando firmemente estabelecidos esses esclarecimentos semânticos, passemos agora a definir com inteira claridade meridiana o Gnosticismo.


Não é demais esclarecer de forma enfática neste tratado que o Gnosticismo é um processo religioso muito íntimo, natural e profundo. Esoterismo autêntico de fundo, desenvolvendo-se de instante em instante, com vivências místicas muito particulares... Doutrina extraordinária que adota fundamentalmente a forma mítica e às vezes a mitológica. Liturgia mágica inefável com viva ilustração para a Consciência Superlativa do Ser...

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