Para muitas pessoas, ocorrem apenas dois eventos naturais após a morte de um ser humano: o endurecimento do corpo e a sua putrefacção. Só isso. Na verdade, existem muitos outros processos tanto antes como depois desses dois já referidos, tal como o terrível facto de nós sermos devorados pelas nossas próprias enzimas estomacais e como as células da pele são bastante resistentes e duradouras, podendo aguentar-se até durante um mês após a morte, a nossa derme torna-se num petisco perfeito para as enzimas. Devido à adipocere, a pele começa a obter uma textura gelatinosa em contato com a água ou frio, que funciona como um anti-pútrido/preservativo natural, que se forma com a decomposição bacterial do tecido dérmico.
Além disso, acontece também que as bactérias presentes nos intestinos originam um gás nauseabundo que faz com que o nosso cadáver inche: a língua, os testículos, as mamas e o ventre dilatam e os olhos saltam para fora das órbitas.
O cadáver fica verde porque as células do intestino começam a deslocar-se pela pele. O tingimento para verde do nosso corpo demora cerca de quatro dias.
Mas decorrem ainda mais processos do que esses! O primeiro deles é o chamado Pallor Mortis: o cadáver começa a empalidecer devido à falta de circulação sanguínea. Este processo desenvolve-se mais ou menos rapidamente, dependendo da cor da pele do morto: pessoas com uma pele muito clara sofrem o Pallor Mortis cerca de 15-20 minutos após a morte. Porém, o embranquecimento dérmico ocorre tão rapidamente que se torna quase impossível determinar o instante da morte de uma pessoa.
Depois disto, surge o Algor Mortis, responsável pela mudança de temperatura do corpo humano para a ambiente, causando um declínio térmico considerável no mesmo. No entanto, se o cadáver estiver num local muito quente, como um deserto, a sua temperatura aumenta consequentemente. A temperatura pós-morte de um corpo é influenciada por muitos outros fatores que podem fazê-la atingir um valor mais alto, em consequência das roupas que o corpo veste ou de doenças ou drogas específicas que aumentam a temperatura corporal, como a isoniazida, por exemplo.
Passada esta fase, vem o Rigor Mortis, um processo em que o cadáver endurece. Ele é causado pela perda da respiração e de ATP (adenosina trifosfato). As moléculas de oxigénio, CO2 e tudo mais, deixam de poder ser degradadas pelas enzimas, dado que a miosina (proteína responsável pela contração muscular) continua interligada com a actina (outra proteína que partilha a mesma função), mas desta vez, através do ADP (adenosina difosfato). Os nossos músculos relaxariam apenas se o ADP, neste caso, fosse substituído pelo ATP.
Seguidamente, temos o Livor Mortis. Devido à cessamento da circulação sanguínea, o sangue passa a estar sujeito à atração gravítica e é levado para a posição inferior do corpo, tendo em conta a maneira de como ele se encontra posicionado. Sabendo que os cadáveres são, na maioria das vezes, deitados de barriga para cima, o sangue direcciona-se para as costas e para as zonas inferiores de outras partes do corpo interligadas, como braços, calcanhares, etc. Isto faz com que as zonas inferiores apresentem uma coloração roxa e as superficiais, branca.
Terminada a série dos "Mortis", surgem agora outros termos mais bem conhecidos e geralmente referidos como únicos processos corporais pós-morte. Primeiro, vem a putrefacção do corpo, causada pela quebra de ligações com os tecidos das diferentes partes do corpo e pela consequente liquefacção da maior parte dos órgãos. Seguidamente, temos a decomposição do corpo. Essencialmente, isto é a passagem do corpo para um estágio de matéria mais simples. Inicialmente, o corpo morto começa a inchar, devido aos gases libertados pelos órgãos internos. O corpo começa a desintegrar-se e parte dele é consumido pelas próprias enzimas digestivas ou por animais como formigas e larvas (só para que conste, nesta fase, o corpo humano já se encontra enterrado e à nora). Quando a carne é toda (ou quase toda) consumida, restam apenas os ossos e as porções cartilagíneas. E é este o evento chamado de "esqueletização".
Após este evento, se os animais necrófagos não se alimentarem das ossadas, os ácidos em solos férteis começam a dissolvê-las e levam um período de cerca de 20 anos para tal. No entanto, se o terreno tiver um pH neutro, os ossos permanecerão por até centenas de anos até desaparecerem.
Esclarecidos?
Adaptado de:
wikipédia
alltime10
via @notiun
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