Por Arnold Krumm-Heller (VM Huiracocha)
Assim como em todas as Religiões existe um Livro Sagrado ou Bíblia, do mesmo modo os Gnósticos dispõem também de um Livro Santo. Com algumas referências rápidas e resumidas sobre esse Livro, antecipamos que, para compreender o "espírito" de sua "letra" , há que considerar a época e o sentido esotérico em que foi escrito. O que é o Talmud para os judeus, o Bhagavad-Gita para os hindus, o Alcorão para os muçulmanos, a Bíblia para os católicos e protestantes, é para nós a Pistis Sophia.
Esse Livro Sagrado nos informa que Jesus - o Cristo - depois de haver essuscitado dos mortos, passou 11 anos com seus discípulos para instruí-los nos Mistérios do Mundo Interno, ou Mundo da Luz, com omissão, no entanto, de alguns pontos que os discípulos não estavam ainda capacitados a compreender.
No duodécimo ano, porém, os discípulos estavam reunidos com o Mestre no Monte das Oliveiras, alegrando-se de haverem recebido dEle toda a plenitude do Saber Iniciático. Era o quinquagésimo dia do mês Tybi, o dia da Lua Cheia. O Mestre estava sentado à parte, quando ao surgir do Sol os discípulos viram um grande rio de luz de diversas tonalidades verter-se sobre Ele, que nela subiu ao Céu deixando os discípulos em grande temor e confusão, enquanto que silenciosamente O seguiam com os olhos. Desde a hora terceira do quinquagésimo dia, até a hora nona da manhã seguinte (30 horas portanto), o Mestre esteve ausente, para então aparecer-lhes descendo em uma Luz Infinita e mais brilhante do que aquela em que havia subido. Os discípulos estavam assombrados e temerosos, mas Jesus, compassivo e misericordioso, assim lhes falou: "Tende coragem, Sou Eu, não vos assusteis".
Após as preces, Jesus retirou sua grande Luz de si mesmo e apareceu de novo em forma familiar; os discípulos vieram a Ele e perguntaram: "Mestre, onde estivestes? De onde procedem estas confusões?"
Jesus, então falando como o Cristo glorificado, disse-lhes de sua grande alegria, pois desde esse momento poderia instruí-los no Mistério de todas as coisas, desde o princípio da Verdade até o final, sem parábolas, pois que lhe tinha sido dada autoridade para revelar-lhes o Primeiro Mistério.
Jesus, então, começou a instruí-los e a dar, a cada um deles, um Poder.
Em verdade cada discípulo corresponde e é um Poder em si mesmo, como, também, representa uma Hierarquia, um Signo do Zodíaco, um Centro de Força:
Pedro representa a Fé
André, a Fortaleza
João, o Amor
Tiago, o Acerto
Bartolomeu, a Imaginação, e assim sucessivamente.
Pistis Sophia trata também da sorte que espera as Almas no mais além da morte, revelando o que acontecerá a cada uma das categorias de homens. Vemos neste Livro que os Pequenos e Grandes Mistérios são o principal, tudo está Neles, tudo gira em torno Deles.
Pistis Sophia é, pois, o nosso Livro Sagrado, cujo verdadeiro original, íntegro, intacto, está em poder da Igreja Gnóstica (nos Mundos Internos) como relíquia esotérica, recolhida pelo nosso Patriarcado, o fiel guardião de tão preciosa jóia.
Nessa Obra estão também condensados os nossos Rituais Gnósticos.
A palavra "Pistis", para nós, significa Fé, mas não nossa fé habitual que resulta da aceitação de uma opinião estranha. Não. Fé em sentido Bíblico é uma Força, é a Força Mágica que basta ter tanto como a de um grão de mostarda para remover montanhas.
A palavra "Sophia", já sabemos que é Ciência. De modo que "Pistis Sophia" é Poder, é Ciência, é Teurgia.
Os Gnósticos exigem primeiro o manejo de Pistis, e logo em seguida a comprovação dos fatos, sem nada de especulações "a priori".
Os Gnósticos em suas Orações bem sentidas fazem vibrar a Substância de Cristo. Os Gnósticos vivem a verdade e tratam de ser uma Luz. Os Gnósticos têm encontrado em Cristo esta Luz, que é Substância; esta Substância Crística eles estudam e aplicam em si mesmos e em seus Atos.
A Igreja Gnóstica é uma constante e sagrada afirmação como Religião Primitiva; isto nos leva a afirmar que não se trata de uma nova Religião formada à última hora com fins mais ou menos retos, senão que temos içado a Bandeira Secular de uma Primitiva Igreja que guarda a veraz e pura revelação em cujas águas de glória bebeu o Nazareno para logo pregar sua Santa Doutrina.
A Igreja Gnóstica é a Igreja Cristã Esotérica, é a Igreja do Conhecimento.
Estudamos a parte essencial, purificada e sagrada de todas as coisas; observamos a natureza dentro de suas múltiplas mudanças para ver a mão de Deus manifestada em tudo; buscamos a quintessência escondida em tudo quanto existe; admiramos as pedras, as árvores, o bruto e o homem.
Como os Pitagóricos, analisamos o número e sabemos que Deus geometriza tudo.
De nada nos serve saber que o Cristo tenha nascido em Belém, enquanto não nasça também em nossos corações.
Dentro de nós, dentro de toda a criatura está Deus Todo Poderoso e seu Poder se manifesta relativamente em nós quando estamos identificados com Ele.
Deus, a Unidade, não se compreende; apenas percebemo-Lo; vivemo-Lo; não o definimos; não temos esta capacidade.
A Igreja Gnóstica é de origem Divina; seus Mistérios foram revelados pelos Elohim ou Santos Mestres de maneira distinta segundo a raça e o lugar, sendo só variáveis na forma, porém idênticos em Substância.
É a Igreja Gnóstica uma Escola Iniciática de Mistérios.
VM Huiracocha (Arnold Krumm-Heller)
Arcebispo da Santa Igreja Gnóstica dos Mundos Internos
"Eu, que tenho quase meio século de estudos nestes assuntos, que tenho os graus mais altos da Maçonaria (3-33-97), que pertenci à seção esotérica da Sociedade Teosófica, que sou membro de mais de 20 sociedades secretas, como a OTO e a AA, nas quais tenho o último grau, que sou Bispo da Igreja Gnóstica, consagrado com ordinal primitivo e anglicano, que como Comendador da Fraternidade Rosa-Cruz tenho conexão com a Fraternidade Branca, a Hierarquia do Invisível, que pertenci à velha guarda de Papus, Eliphas Levi, que tratei pessoalmente com os principais ocultistas do mundo, declaro para mim que: na vocalização, no uso dos mantras e na oração, mediante o despertar das secreções sexuais, reside o Único Caminho para chegar à meta; e tudo o mais, que não seja por aí, é perder lastimosamente o tempo." (VM Huiracocha)