21 outubro 2008

Elemento Ar


O Ar representa-se a leste, onde o sol nasce e a vida se renova pela energia vital. As suas forças são utilizadas em rituais de estudos, conhecimentos, liberdade e viagens.
A sua cor é o amarelo. A estação do ano é a primavera. O sentido regido é a visão e o olfacto . A fase da lua é quarto crescente. Os seus símbolos são a pena, o fumo do incenso, o sino e os aromas. Os seus metais são o ouro e a prata.


Os Silfos são seres alegres e acredita-se que brincam em volta da mente dos pensadores, sonhadores e criativos. Representam, por isso, os poderes da inteligência, da criatividade da comunicação e da intuição. Os silfos são, dentre os elementais, os que mais se aproximam da concepção que geralmente fazemos dos anjos e fadas, e frequentemente trabalham lado a lado com esses mesmos anjos. Eles correspondem à força criadora do ar. A mais suave das brisas, assim como o mais violento dos furacões são resultado de seu trabalho.


O ar é a fonte de toda energia vital. Tem recebido nomes variados em diversas partes do globo como prana, chi, ki etc. mas é sempre essencial à vida. Podemos passar sem comida ou água por períodos mais ou menos longos, entretanto é impossível viver sem ar por um período prolongado de tempo, pois respirar é necessidade básica à manutenção da existência.


Nem todos os silfos trabalham e vivem obrigatoriamente na atmosfera. Muitos possuem elevada inteligência e trabalham para criar o ar e correntes atmosféricas adequadas à vida na Terra.


Quando respiramos profundamente e sentimos um doce frescor no ar, estamos nos familiarizando com o fruto do trabalho deles. Vários silfos desempenham funções específicas ligadas à actividade humana. Alguns trabalham para aliviar a dor e o sofrimento. Outros para estimular a inspiração e criatividade. Uma de suas tarefas mais específicas consiste em prestar auxilio às almas de crianças que acabam de fazer a transição. Também actuam temporariamente como anjos da guarda até estarmos mais receptivos e preparados.


Um silfo é designado para acompanhar cada ser humano ao longo de sua existência. Este silfo nos ajuda a conservar e desenvolver o corpo e aperfeiçoar os processos mentais. Assim, nossos pensamentos, bons ou maus, afectam-nos intensamente. Eles encorajam a assimilação de novos conhecimentos e fomentam a inspiração. Trabalham para purificar e elevar nossos pensamentos e inteligência, e também nos auxiliam a equilibrar o uso conjunto das faculdades racionais e intuitivas. No plano físico, nosso silfo pessoal trabalha para que assimilemos melhor o oxigénio presente no ar que respiramos, bem como para manter adequadamente todas as outras funções que o ar desempenha no corpo e no meio ambiente. A exposição à poluição, fumaça, etc. afecta a aparência do silfo e compromete severamente a eficiência de
seu trabalho no âmbito de nossas vidas.


Eles frequentemente se apresentam sob forma humana, mas são assexuados e chegam a inspirar este tipo de comportamento em alguns seres humanos. Tenho observado que as pessoas nas quais predomina a actividade dos silfos geralmente não colocam a sexualidade no topo de sua lista de prioridades, e frequentemente não conseguem compreender por que isso ocorre com tanta gente. Embora pareça indicar uma certa ruptura com o plano sentimental (elementais da água), devemos ser bastante cautelosos ao fazer tais presunções. O que acontece é que os silfos direccionam este ímpeto sexual e criativo para outros canais de expressão, a saber o próprio trabalho. Contudo, é preciso muito cuidado para não incorrer em extremos; afinal, nenhum de nós pode prescindir de um equilíbrio entre os quatro elementos.


Uma conexão muito forte com os espíritos e elementais do ar torna nossa mente tão activa que ela passa a requerer constante controle e direcção. Pode gerar excesso de curiosidade e intrometimento, paralisar a vontade em virtude da exagerada análise mental e hiperestimular o sistema nervoso, fazendo com que necessitemos de frequentes mudanças. Além disso, pode ocasionar diversas formas de excentricidade, ou ainda induzir a um fanatismo acompanhado de falta de emoção e de sensibilidade. Também costuma gerar um desprendimento em relação ao que é físico e total desinteresse pelas actividades terrenas.


Já a falta de afinidade com os seres deste reino, incluindo o nosso silfo pessoa, pode distorcer nossa capacidade de percepção a ponto de eliminar o bom senso. É possível que fiquemos tão envolvidos com actividades e emoções que não sobre tempo para refletir sobre a própria vida. A tremenda falta de visão perspectiva que resulta disso pode debilitar gravemente o sistema nervoso e, sob essas condições, a curiosidade e imaginação tornam-se escassas ou mesmo inexistentes.


Os silfos provocam inspiração e afectam as faculdades mentais. A conexão com nosso silfo pessoa facilita a assimilação de novos conhecimentos, pois ele trabalha connosco para expandir a sabedoria.


Também são úteis na protecção do lar e propriedades em geral, porque suas abundante energia confunde as mentes de possíveis intrusos, preocupando-os e fazendo com que pensem duas vezes antes de invadir o espaço alheio.


A sintonia com o silfo pessoal confere acesso ao reino dos arquétipos. Ajuda a coordenar e verbalizar nossas percepções. Estimula a liberdade, o equilíbrio mental e uma saudável curiosidade.


A maneira mais eficaz de controlar nosso silfo pessoal é por meio da constância. Uma abordagem consistente e determinada da vida é indubitavelmente a melhor de todas, pois só ela assegura o pleno cumprimento de nossas resoluções.


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Os Princípios Fundamentais da Teologia Gnóstica - Conceito de Gnose

Os princípios gnósticos (do gnosticismo ocidental, da vertente ocidental, bem entendido) têm seu fundamento filosófico em Platão. Para Platão, as idéias, independentemente das coisas e do intelecto humano, são as causas temporais para os objetos sensíveis. As idéias ou formas são entidades incorpóreas e invisíveis, reais, eternas e sempre idênticas a si mesmas, escapando à ação corrosiva do tempo, que torna os objetos físicos perecíveis. Ou seja, nosso mundo tridimensional tem uma origem, um molde, e esse molde é a realidade verdadeira, e não o mundo físico.


Para Platão, porém, os primeiros Princípios, o mundo das idéias, têm a função de objeto do conhecimento. Valem para explicar a realidade física tanto da esfera superior como do mundo. Mais tarde, os sucessores de Platão, baseando-se no Uno, como princípio transcendente, alteraram estas bases do platonismo antigo. Os princípios que eram, para Platão, objetos ou meios de conhecimento passarem a ser considerados uma entidade real, dignos de veneração, que poderiam produzir outros seres por meio de geração ou de emanação. O Uno passou a ser objeto real que poderia produzir outros seres através da emanação ou geração.


Para Piñero e Montserrat, estes dois momentos, a passagem de objeto a sujeito e a possibilidade da geração/emanação, ocorrem em todas as vertentes do platonismo e leva a profundas divergências. Alguns grupos gnósticos prescindem do Uno e consideram dois princípios: o Intelecto e a Alma divinos, o que significa uma concepção diádica. Outros grupos mantêm a existência do Uno, porém afirmam que o Uno gera o Intelecto e a Alma como entidades independentes. Os Princípios primeiros formariam, sob este ponto de vista, uma tríade, Uno, Intelecto e Alma (ou, segundo a ritualística gnóstica, Espírito, Mente e Razão). E ambos os sistemas consideram uma divisão da Alma em duas subentidades:


Uma Alma superior e uma Alma inferior ou Alma do mundo


Os que consideram os três Princípios (Uno, Intelecto, Alma do Mundo) insistem que o Primeiro, o Uno, é o Sumo Transcendente, além do ser e do inteligível. Defendem um processo de descida dos Princípios superiores aos inferiores através da emanação ou geração. O segundo Princípio é o Intelecto e contém em si todos os inteligíveis. O terceiro é a Alma/Espírito, que pode ser concebido como dois subprincípios, uma Alma Inteligível e uma Alma do Mundo.


Este sistema triádico aproxima os gnósticos cristãos à Trindade do Novo Testamento. O Deus Supremo, primeiro Princípio, corresponde ao Deus Pai. O segundo Princípio, o Intelecto, corresponde ao Filho, é o Logos, que se faz homem em Jesus e em todos aqueles que encarnam o Cristo Cósmico. Desse Filho procede a centelha divina, que se encontra nos homens espirituais. O terceiro Princípio corresponde ao Espírito Santo. Em seu desdobramento inferior é o Princípio divino no tempo, a Alma do Mundo, a Natureza e o Criado.


Os gnósticos afirmavam que os judeus conheceram o terceiro Princípio em seu produto inferior, que é o Demiurgo e apenas através da revelação da Bíblia hebréia. Afirmavam também que os cristãos normais não vão além do segundo Princípio, somente os gnósticos, os espirituais, chegariam ao primeiro Princípio.


Para os seguidores do esquema diádico, a metafísica dos princípios é: o "Deus Supremo" é um Intelecto que é bom, o equivalente ao segundo Princípio dos sistemas triádicos acrescido do Bem. O "Segundo Deus" ou princípio do Cosmos, equivale ao terceiro Princípio dos sistemas triádicos ou Alma da Mundo. Este "Segundo Deus" se desdobra em dois subprincípios um inteligível e outro sensível.


À ramificação triádica da tradição platônica pertencem os neopitagóricos, os valentinianos, os basilidianos e Plotino. Ao ramo diádico pertencem Filón, Numenio, Albino e Poimandres e, entre os gnósticos: os sethianos e Justino Gnóstico. Os teólogos da ortodoxia cristã antes do Concílio de Nicéia são teologicamente trinitários, porém filosoficamente diádicos. Pode-se reconhecer, também, nas diversas escolas ou correntes influências de outras tradições filosóficas, em particular do estoicismo.


Para os sethianos, os Princípios (Intelecto/Alma do Mundo) não são concebidos como substâncias. Há uma multiplicidade de graus ou estratos de emanação descendente da divindade:



  1. Primeiro estrato - Formado pelo Uno.

  2. Segundo estrato - Os Eons Superiores Femininos - O sujeito deste estrato recebe o nome de Barbeló. Barbeló se "ergue" diante do Espírito Transcendente e é definido como sua Imagem e seu Pensamento. Ela recebe os nomes de Inteligência, Providência, Incorruptível, Vida Eterna e Verdade. Barbeló vai desempenhar a função de Princípio dos estratos inferiores e Princípio do Universo.

  3. Terceiro estrato - Os Eons Superiores Masculinos - O sujeito deste estrato recebe o nome de Unigênito e Filho. Os Eons do segundo e terceiro estratos formam o Pleroma Superior que virá a ter o momento de queda ou "deficiência".

  4. Quarto estrato - Os Eons do Pleroma Inferior - estes Eons foram engendrados pelo Deus que foi engendrado, o Cristo.

  5. Quinto. estrato - o Eon Sabedoria - A função da Sabedoria (Sophia) é a criação do universo, é a "mãe do universo". Sabedoria é "a que olhou para baixo". Esta descida da Sabedoria é concebida como "inocente".


Há dois motivos para a queda da Sabedoria: primeiro, produz uma obra sem o consentimento do Pai e, segundo, o faz separada de seu consorte. O resultado desta ação é um trabalho imperfeito, o Arconte demiúrgico ou uma sombra que, através da matéria, produz o arconte Demiúrgico. Em função desta obra, a Sabedoria é denominada material (gr. Hylikós).


A Sabedoria busca a luz que a havia porém não pode alcançá-la por causa do impedimento do Limite. Por não poder ultrapassá-lo, por continuar misturada à sua paixão e, ao permanecer abandonada fora do Pleroma, a Sabedoria cai em todo tipo de paixões, multiformes e variadas. Destas paixões (também divinas), nasce a primeira matéria, primordial e inteligível, não sensível, tem origem o Demiurgo. As demais coisas nasceram de seu temor e de sua tristeza. Das lágrimas da Sabedoria vieram as substâncias úmidas; de seu riso, a sabedoria luminosa; de sua tristeza e de seu estupor, os elementos corporais do mundo.


Esta matéria primordial não é o mundo corpóreo, porém o substrato a partir do qual se plasmará o mundo corpóreo. O mundo visível será criado, posteriormente, pela Sabedoria de modo indireto, graças ao Demiurgo.


O Demiurgo - A criação do mundo físico é atribuída ao Arconte Demiurgo.


Esta figura intermediária entre o universo material e o Transcendente serve para afastá-lo do universo de modo que o Ser Supremo fique livre de ter criado diretamente o material porém, o universo, em última instância, foi originado do último termo da divindade, já que o Demiurgo pertence ao âmbito do divino. Com a existência da matéria permaneceram confirmados também a Deficiência, a oposição ao Transcendente e, em último caso, o Mal.


Os gnósticos se dividem quanto à substância da qual é formado o Demiurgo. Para a maioria, possui somente a substância psíquica, para outros, tem dentro de si uma centelha divina que procede da substância de sua Mãe, ainda que logo a perca ao criar o homem.


O Demiurgo engendra ou produz Auxiliares para a obra da criação. Estes auxiliares, os arcontes inferiores, correspondem a dois modelos: o planetário e o zodiacal.


O modelo planetário puro consta de sete arcontes, um para cada círculo planetário. O modelo zodiacal puro consta de doze membros. Há também um modelo misto, zodiacal e planetário. São os 7 e os 12 Salvadores.


A criação demiúrgica - A função do Demiurgo é operar a matéria inteligível, preexistente a ele, por meio de uma forma recebida do alto. Isto significa plasmar o mundo, pelo desejo indireto do Transcendente, a partir da substância primitiva e incorpórea gerada pela sua Mãe Sabedoria. Porém, executa esta tarefa sem saber exatamente o que fazer, pois o faz por mímesis e por ordem do Pleroma, sem disso ter consciência.


Com a criação já concluída pelo Demiurgo, aparecem três substâncias que desempenham papel muito importante na soteriologia:


A substância espiritual, "pneumática" ou divina (que se acha dentro do Pleroma) e, fora dele, na Sabedoria que também é um ente divino e, posteriormente, no espírito ou parte superior do ser humano.


A substância "psíquica"; engendrada pela Sabedoria inferior; é própria do Demiurgo e de alguns níveis intermediários entre a matéria e o espírito, por exemplo, no princípio vital, ou alma do homem.


Em terceiro lugar, a substância puramente material, ou hílica, representada pela matéria toda do cosmo.


O mito cosmológico gnóstico significa que o Uno não intervém de modo direto na criação do mundo. Está demasiado distante para atuar "pessoalmente", pois a matéria é uma entidade degradada, que ocupa um posto muito baixo na escala do ser. O princípio imediato da criação do cosmos é o Intelecto divino no qual se acham as idéias, modelos ou princípios que serviram para criar o cosmo.


Desta cosmologia se deduzem algumas conseqüências importantes para a antropologia, a ética e a soteriologia:



  • · Ao final das contas, tudo procede de uma única fonte, o sumo Transcendente por emanação-degradação;


  • · existe uma separação entre o mundo superior/espiritual (o Pleroma) e o mundo inferior/ material (o kénoma, ou vazio);


  • · a matéria é degradação, a última escala do ser, ainda que proceda de Deus, é fruto de uma deficiência, de uma falta do ser divino;


  • · o mal está incluso na deficiência, na paixão da Sabedoria. O universo, criado pelo demiurgo, é mau. O corpo do homem é a prisão do espírito;


Antropologia - a criação do ser humano é efetuada também pelo Demiurgo, assistido pelos anjos. Na maioria dos sistemas gnósticos, a criação do homem acontece porque o Transcendente, ou um dos Eons superiores, em determinado momento, envia aos anjos do Demiurgo, ou a este diretamente, a forma ou imagem do Homem Celeste ou primordial. Um dos Eons do Pleroma, o Salvador, ou o Pleroma completo, se reflete nas águas inferiores e desencadeia o processo de criação.


A humanidade não é toda igual. Há três classes: uma puramente material:


os hílicos (do gr. Hýle, matéria), que não recebem centelha divina; uma que recebe do Demiurgo o hálito de sua própria e única substância, a psíquica ou anímica,
e uma terceira classe, que recebe a insuflação psíquica e a espiritual ou pneumática.
Os "pagãos", ou materiais, ou hílicos, eram destinados à aniquilação. Os judeus e cristãos eram os psíquicos, viviam a fé e estavam submetidos às regras morais, poderiam salvar-se. Os verdadeiramente espirituais eram os únicos que possuíam o Conhecimento, a gnose. Os gnósticos observavam as leis morais por amor, não por imposição, e se salvariam de fato, não somente pela conduta.


Deste mito, gerado em torno do Gênesis, fica o seguinte:


a). o ser humano, completo, é composto de três partes, a material, o corpo; a anímica ou vital, responsável pelo movimento e pelas funções vitais; e a espiritual, divina, independente da matéria, aprisionada no corpo. Esta é uma centelha do divino que desceu até a matéria.
b). O processo pelo qual a centelha divina está aprisionada ao corpo explica a situação atual do ser humano. Porém, o verdadeiro é o espírito, a centelha, que não é deste mundo, mas da divindade.
c). Há uma distinção entre alma e corpo e também entre alma superior (o espírito: objeto da salvação) e a alma inferior, ou simplesmente alma.

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