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07 dezembro 2007
bibliotecario
A divindade do homem
Habita em cada um de nós a divindade. Ela vai no meio e carrega em si dons espetaculares, cada um associado a um centro psíquico específico. Elevar-nos é compreender que os dons em nada nos tornarão mais poderosos ou merecedores de coisa alguma. Pelo contrário. Os dons são dados ou retirados ao bel-prazer da moral universal que a tudo governa.
Há muitos centros psíquicos sendo que um deles é encontrado no plexo solar. Associado desde o umbigo até os pés, é esse centro que está relacionado com a energia do planeta e da matéria. Estamos grande parte do tempo com os pés no solo e esse é o nosso maior contato com a Terra durante toda a nossa existência. Cabe-nos compreender que é com os pés que tocamos o Reino e é com eles que devemos trilhar caminhos retos e perfeitos. Tal postura permitirá a abertura desse centro psíquico e, com isso, uma maior percepção do tempo e do espaço.
O segundo centro psíquico é o epigástrico. Está associado a todos os processos digestivos, ou melhor dizendo, de transformação química da matéria para a sua devida absorção ao organismo. Quanto a isso vale a pena comentar a necessidade da alimentação correta para o melhor equilíbrio desse centro. Hoje sabemos que determinadas vitaminas e minerais são essenciais para o organismo. Especialmente para os iniciados será necessário dizer que deve-se consumir alimentos e bebidas ricos em substâncias como o retinol, a tiamina, a riboflavina, a piridoxina, a cobalamina, o ácido pantotênico, a niacina, a carnitina, os bioflavonóides, o ácido ascórbico, o betacaroteno, o tocoferol e o calciferol. Tais substâncias são encontradas na natureza em diversos alimentos. O consumo equilibrado delas leva a uma saúde perfeita e a um equilíbrio do centro psíquico correspondente. Este chacra está associado ao Sol pois muitas dessas substâncias acima citadas são processadas e absorvidas mediante a luz solar. A falta de retinol, por exemplo, causa a cegueira noturna. Acontece que o corpo humano é capaz de sintetizar parte dessa substância diante da presença de luz solar e betacaroteno. Com a noite, sem o sol e sem retinol, pode-se perder a visão.
O terceiro centro psíquico é o renal, associado aos líquidos do corpo. O homem é um rio e suas margens são os vasos sanguíneos, por onde circulam cerca de seis litros de sangue. A água é absorvida pelo organismo por via digestiva e levada ao sangue pelo intestino grosso. Faz o seu ciclo pelo corpo até chegar aos rins, onde o sangue é filtrado e o líquido que não nos é necessário é eliminado. Esse centro psíquico está associado à Lua. Isso porque a Lua, em sua viagem em torno do planeta Terra, acaba por atrair os líquidos do planeta para determinadas direções, o que explica o fluxo das marés. Além disso também está associada ao fluxo menstrual das mulheres e às fases de ovulação dos animais. Não por acaso, num período de vinte e oito dias -- ou uma lua -- há fases em que estamos mais inchados ou em que desinchamos. Isso se deve pela influência da Lua em todos os líquidos que há na Terra. Não se pode, portanto, ignorar a função dos astros em nós mesmos.
O quarto centro psíquico é o do coração. Está associado ao fogo, à energia motriz que faz circular o sangue e permite-nos a vida como a conhecemos. Tem um ritmo e, por isso, também pode ser associado à música e à percepção do tempo. Até porque o tempo, vez ou outra, parece passar ora devagar, ora rapidamente. Isso se deve aos batimentos cardíacos. Quando há uma intensificação dos batimentos, o tempo parece passar mais rapidamente. Na verdade, em determinadas ocasiões, nem sentimos o passar das horas após um tempo intenso de trabalho mental ou físico. Enquanto no descanso, em repouso ou em meditação, o tempo não passa. Não por acaso um minuto tem sessenta segundos, que é mais ou menos o número de batimentos cardíacos em repouso. Controlar o tempo é, portanto, função vital. E, sabendo disso, saberemos que poderemos até mesmo viajar no tempo pelo equilíbrio desse centro.
O quinto centro psíquico é o da garganta. Está associado à fala e à glândula tireóide. Para preservá-lo, deve-se usar bem as palavras e os pensamentos. É nesse centro que devemos aplicar a retidão de nossos passos à retidão de nossas idéias. É onde deve prevalescer a honra e a virtude a partir do que é expresso por palavras.
O sexto centro psíquico é o da glândula pituitária. Este está associado à visão e ao equilíbrio de todas as funções do corpo. A hipófise é a glândula-mestre que governa todos os outros centros abaixo dela através de seus hormônios reguladores. O equilíbrio desse chacra é obtido através da meditação e do equilíbrio do corpo.
Por último, o sétimo centro psíquico é o pineal. Está associado a essa glândula que se encontra logo abaixo do cérebro exatamente na divisão entre os lóbulos direito, esquerdo e o cerebelo. Sua função é fornecer a química necessária para o bom funcionamento do cérebro. E também está associado às experiências mais espirituais, levando-nos à compreensão de toda a natureza quando expandimos esse centro.
Quanto aos dons espirituais relacionados, podemos dizer que cada um dos centros citados está associado a um deles. Assim o do primeiro centro citado está associado à Anima, isso é, à percepção real do mundo, seja do muito pequeno, seja do muito extenso.
Já o segundo está associado à Mahima, a expansão da consciência do todo do qual fazemos parte.
O terceiro, Garima, está associado à gravitação. Isso pode ser observado naquelas demonstrações de mestres de artes marciais em que eles são colocados como uma árvore no chão e ninguém consegue derrubá-los. Significa que podemos ter o peso que quisermos, ainda que tenhamos a mesma massa. Para isso basta ter um controle absoluto de nosso organismo e a expansão do terceiro centro.
O quarto, Laghima, está associado à levitação. Como a do nosso Mestre Jesus, que o fez por sobre as águas do Rio Jordão.
O quinto, Prapti, está associado à realização de objetivos, o que se faz com o trabalho. Está associado à compreensão de diversos idiomas e a bilocação, isso é, à capacidade de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Muitos mestres já se utilizaram desses recursos, diretamente associados ao chacra da garganta.
O sexto, Prakayama, confere o poder da vontade suprema, isso é, da realização de qualquer desejo que se tenha. Só é obtido quando a sua vontade está em comunhão com a vontade universal. Permite a intercessão de diversos milagres, como tem permitido desde sempre ao longo da História da humanidade em relação a alguns homens santos.
O sétimo, O Vasitva, o poder de comandar. Está associado á coroa do rei, que vê as suas ordens sendo obedecidas pelos súditos. Vimos exemplos desse poder nas ocasiões em que Mestre Jesus converteu água em vinho. Há outros exemplos da História em que vimos isso acontecer. Trata-se de um poder em que não se comanda apenas pessoas, e sim qualquer objeto da natureza.
A elevação do espírito para alcançarmos esses poderes se dá através de uma tríade: concentração, meditação e êxtase. No entanto de nada adiantará ter esses dons se não forem usados para o bem comum da humanidade. Essa é a verdadeira função para a qual o homem foi criado. Não se deve almejar os dons espirituais tão-somente por sede de poder, e sim por uma verdadeira sede de sabedoria e de amor por tudo o que há no universo.