Um país que apregoa a liberdade, justiça, diplomacia e a defesa da democracia, que possui inclusive a sede das Nações Unidas no seu território e tem a sua própria bandeira estampada em roupas e acessórios comuns distribuídos mundialmente, como um símbolo de hegemonia e grandeza. Um país que tantos louvam e endeusam, mencionando o "sonho americano".
Um país que está à frente do mundo, mas que é uma das (senão a) nações mais atrozes de todas. Nós, educados sob os costumes e preferências ocidentais, somos constantemente bombardeados (já que nos referimos aos EUA) com o mais variado tipo de gratificação para com os Estados Unidos, não pela política económica e de comércio, mas através de redes de informação, como manuais escolares, livros regulares e páginas de topo da internet.
Porém, ao explorar mais aprofundadamente as ações deste país, entendemos que não é tão fantástico ou radical como o capuz enorme que o cobre pretende demonstrar. Tornou-o numa espécie de paraíso. O país que prega os valores supramencionados é, verdadeiramente, o mais hipócrita e racista que existe.
Em países como a Nigéria ou Irão, o racismo é latente, defendido, executado e afirmado pelas massas populacionais ou por líderes de elevado estatuto. Nos EUA, isto ocorre, mas é suavizado e ainda se proclama como a "terra da liberdade e a casa dos valentes". Integrantes da política americana fizeram também parte do Ku Klux Klan, organização terrorista que defende o racismo, supremacia branca e anti-semitismo. De quem vos faz lembrar esta descrição? O racismo está tão entranhado em determinadas massas da nação americana que se torna num quotidiano a ofensiva contra negros, islâmicos, muçulmanos, asiáticos, europeus, sul-americanos, enfim, tudo o que respire e que não possua a nacionalidade respetiva aos EUA no bilhete de identidade.
Cometeram, igualmente, massacres terríveis nas Filipinas, nos finais do século XIX, ao nível das ações executadas pelos ditadores sanguinários europeus, somente porque acharam que a Espanha (país que possuía as Filipinas e Cuba como colónias) foi responsável por fazer explodir um barco americano em Havana. Cerca de 35 mil filipinos foram assassinados e amontoados em campos de concentração, levando à derrota das Filipinas na Guerra Hispano-Americana.
O objetivo era aniquilar toda a cultura espanhola nas Filipinas, bem como uma pretensão de exercer uma limpeza étnica contra os católicos e islâmicos filipinos que coexistiam no país, dado que os protestantes americanos se auto-proclamavam como superiores. Qualquer pessoa acima dos 10 anos de idade era imediatamente morta. É claro que nenhum outro país teve a coragem de se opor aos EUA, pelo facto se serem os EUA, obviamente. Isto tudo porque a Espanha se recusou a conceder aos americanos as suas antigas colónias (Hawai, Cuba e Filipinas), pelo facto de estes quererem obtê-las ao preço da chuva.
O próprio termo "genocídio" nem sequer é mencionado pelo país para se referir aos atentados nas Filipinas. O mesmo sucedeu após o genocídio arménio, por parte da Turquia, por razões que poderiam desmantelar a aproximação entre a mesma e os EUA.
Vale igualmente destacar os bombardeamentos em Hiroshima e Nagasaki e os massacres cometidos na Coreia, Vietname, Camboja, Grenada, Cuba, Angola e Laos. Isto porque o americano, desejoso de guerra e de fazer prevalecer o seu imperialismo, não teve a capacidade de resolver o conflito com o comunismo pela via diplomática. Apenas John Kennedy teve essa consciência, conseguindo resolver a intensa Crise dos Mísseis de Cuba com Nikita Krushchev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética.
Aquando da guerra contra o Vietname e o partido comunista de Laos, Pathet Lao, os americanos mobilizaram crianças e adultos indianos para combaterem a seu lado, um episódio conhecido inclusive por "Guerra Secreta", pois são eventos que não convêm divulgar ao público. Eventos desempenhados pela maquiavélica dupla de Nixon e Kissinger.
Os EUA apoiaram igualmente o FNLA, movimento nacionalista angolano, presidido por Holden Roberto e a UNITA, por Jonas Savimbi, ambos fundados durante a Guerra Colonial e reconhecidos pelas suas ações terroristas em Angola. Neste mesmo contexto, entreajudaram o regime racista do Apartheid, da África do Sul, dado que este era aliado dos dois movimentos angolanos.
Frustrados por nunca terem conseguido recuperar Cuba do sustentável e grandioso desenvolvimento pela mão de Fidel Castro, este foi incluído num jogo de guerra, como um antagonista, dado que esta seria a única maneira de poderem alcançar as suas pretensões. Cuba mencionou que os EUA "tentaram fazer virtualmente o que não foram capazes de fazer em 50 anos".
Ainda durante a época do comunismo, várias famílias inocentes americanas foram destruídas pelo próprio governo, num processo chamado de "Macartismo", fundamentado pelo Senador dos EUA Joseph McCarthy. Funcionava de modo semelhante à PIDE em Portugal, mas de acordo com uma logística específica: qualquer pessoa que fosse acusada, mesmo sem fundamento, de possuir uma ideologia de esquerda ou próxima ao comunismo, seria imediatamente encarcerada ou como que colocada em quarentena.
Milhares de pessoas ficaram desempregadas e foram punidas por julgamentos que mais tarde, eram normalmente anulados, cujas demissões de emprego por "justa causa" eram ilegais e por leis inconstitucionais.
E não nos podemos esquecer da aliança americana e israelita, sendo que os americanos consentiram e nunca impediram o expansionismo de Israel ao longo do Médio Oriente, prejudicando as nações árabes e retirando-lhes as suas providências de água, petróleo e território. Essencialmente, o nascimento de organizações terroristas e fundamentalistas como o Al-Qaeda, Hamas, Daesh e Hezbollah ocorreu devido à inconsciência e ganância americana.
Ainda que Bill Clinton tenha dado os primeiros passos para impossibilitar, efetivamente, o avanço destes grupos radicalistas, um escândalo sexual que o envolveu manchou toda a sua atividade como presidente. Tanto que, atualmente, Donald Trump pretende violar o NAFTA, fundamentado por Clinton, ao construir o infame muro na fronteira com o México.
E mesmo que Trump tenha sido responsável por mandar bombardear o Médio Oriente e seja responsável por travar conflitos diplomáticos com várias nações pelo mundo, vai continuar sempre a ser o salvador da pátria.
Com certeza que muitas outras entidades cometeram massacres hediondos ao longo da histórica. Podemos mencionar o império romano, mongol ou huno, por exemplo. Mas a diferença é que todos esses massacres decorreram há séculos atrás e a sua égide era simplesmente matar e conquistar.
E na idade moderna? Temos a Alemanha e a Itália, que ainda continuam a ser relembradas pelos regimes fascistas durante as décadas de 30 e 40 e pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas. Porém, esses países possuem um leque de história lendário, correspondente aos seus devidos passados e constroem um desenvolvimento sustentável, capacitado de incrementar o nível de vida da população e corrigir os erros do passado. Já os EUA, sempre foram problemáticos e ambiciosos. Sonho americano? Talvez sim o desprezo americano. Não é por isto que devemos deixar de beber Coca-Cola e considerar toda a população como uma dissidência, aliás, os verdadeiros culpados foram os governantes tiranos que o país teve ao longo dos anos.
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via @notiun